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quarta-feira, 15 de maio de 2013

NO AEROPORTO



Turma: 06
Grupo: 04

Professoras:   Adriana Chaves,  Amanda Raquel de Menezes, Helena Aparecida de Jesus, Claudia R. G. Ferreira, Siomara, Natália.
                       

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM - NO AEROPORTO
Série: 7º ano 
Tempo previsto: 4 aulas.
Gênero: Crônica Literária.
Objetivo: Compreender o Gênero “Crônica”.
Conteúdos e temas: "No Aeroporto" Carlos Drummond de Andrade.

Sugestões : som da turbina de avião ( para a leitura do texto “No Aeroporto”) para projetar as imagens do aeroporto, do quadrimotor e a biografia de Carlos Drummond de Andrade.  
O professor poderá relacionar o texto de Carlos Drummond com o Poema do Aeroporto (Samuel Quintans);
Música: “Cartão postal” (Rita Lee).

Imagens: 
   


           



                                          
   

Recursos:notebook, data show, caixa de som, cabo p2p10,

Avaliação:

  •         Registros sobre a participação nas discussões.
  •          Produção de texto (crônica).
  •          Leitura do texto produzido pelos alunos e a sua reescrita devem ser considerados.
  •          Correção dos textos elaborados pelos educandos;
  •         Devolutiva dos acertos e erros apresentados nos textos.

1º Passo:

Sondagem.

1.      Vocês já conhecem um aeroporto?
2.      Se não conhecem, como vocês imaginam que seja?
3.      O que as pessoas fazem neste lugar?
4.      Como vocês imaginam uma história cujo título se refere: “No aeroporto”?


Obs: Ouvir os alunos até que eles possam escrever e o acompanhamento questionador e investigativo é fundamental. O exercício constante de propor questões e ajudar os alunos a responder é uma das chaves da investigação.



2º Passo:




No Aeroporto
Carlos Drummond de Andrade
  
Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-la a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras e, a bem dizer, não se digne pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas intenções para com o mundo ocidental e o oriental e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
Devo admitir que Pedro, como visitante, nos deu trabalho: tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou inoportuno. Suas horas de sono — e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia — eram respeitadas como ritos sacros a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos. Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da TV. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.
Objeto que visse em nossa mão, requisitava-o. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis — porque me esquecia de dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada sobre a razão íntima de seus atos.
Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade — e, até, que a nossa amizade lhes conferia caráter necessário, de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
Extraído de: Cadeira de balanço. Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1976, p. 61, 62.

3º Passo:

Vocabulário



4º Passo

1.      Quem é o autor do texto e o que vocês sabem sobre ele?

2.      A que gênero pertenceria esse texto?
3.     Quem é Pedro?
4.     Qual o grau de parentesco do narrador com Pedro?
5.      Aponte algumas características de Pedro e indique quais chamam a atenção do narrador.
6.       Observe as diferentes formas que o autor usou para fazer referências à cor dos olhos do neto. Observe também que ele começa falando dos olhos e termina por referir-se ao olhar. Que efeito de sentido tem esse deslocamento na discriminação que o autor faz do neto?
7.      Também há nessa crônica, pontos em que o autor diz as coisas com certo humor. Identifique-os.
8.      A viagem do neto faz o cronista pensar na vida. Que sentimento ele
expressa no final do texto?
9.      Em que momento da leitura você teve a certeza de que Pedro é um bebê?
10. Quais as marcas linguísticas que permitiram perceber isso ao longo do
texto?


5º Passo: 
Avaliação ( Produção de texto).

6º Passo:
Correção e devolutiva.




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