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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Turma 6 Grupo 1

Leitura, interpretação e exercícios sobre o texto No aeroporto, de Carlos Drummond de Andrade
Kézia Kristina da Silva
Cibele Monguiló de Brito D’Ávila
Andréia Regina da Silva
Meiri Aparecida Galassi Montanhero
Márcia Cristina Garcia de Oliveira
Ana Maria de Moraes Togni

Situação de Aprendizagem

Leitura do texto: No Aeroporto, Carlos Drummond de Andrade

Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos de vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras e, a bem dizer, não se digne pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo. Plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e o oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
Objeto que visse em nossa mão, requisitava-º Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógio de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e ( é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis – porque me esquecia dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita apressada, sobre a razão íntima de seus atos.
Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade – e, até, que a nossa amizade lhes conferia caráter necessário, de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. Reprod. em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguillar, 1973, p. 1107-1108.


Oralidade

Passo 1: Introduzindo...

Direcionamento de questões aos alunos:
- Questionar os alunos quanto ao título: o que significa? O que acha do que o texto vai falar?
- Qual é o aeroporto mais próximo da sua cidade?
- Você já viu um aeroporto na televisão?
- O que vai falar no texto? De uma viagem? É sobre alguém que está indo? Voltando?

Possibilitar uma reflexão mais profunda:
- Sobre os medos: Será que é alguém que está com medo andar de avião?
Você teria medo de andar de avião?

Passo 2: Quanto ao autor...

Propor uma pesquisa aos alunos sobre a vida do autor: Quem foi? Quais são as principais obras?
Qual a condição social do escritor para escrever sobre um aeroporto?
Questionar sobre a longevidade do autor que permite o autor usar palavras antigas e ao mesmo tempo escrever uma história com título de aeroporto.

Passo 3: Lendo o texto...

Leitura realizada pelo professor, e o aluno grifando as palavras que desconhece. Em primeiro momento, o aluno junto ao professor entender o significado das palavras pelo contexto, depois, se necessário, a busca em dicionários.

Passo 4: Antecipando, inferindo informações do texto...

Questionar o aluno:
Quem é Pedro?
Como descobriram quem é Pedro? Quais as pistas dadas no texto?
No decorrer da leitura, tiveram outra ideia? Pensaram que era outra pessoa? Por quê?

Exercícios

1) Síntese das informações do texto
Título do texto

Autor

Fonte


2) Identificação dos elementos dos elementos da narrativa com justificativa com passagens do texto:
Foco narrativo



Personagens



Tempo



Espaço



Enredo




Estudo de língua

1) Explique o sentido do trecho: “De repente o aeroporto ficou vazio”.

2) Esta frase tem sentido denotativo ou conotativo? Explique. 

3) Qual é a sua opinião sobre esta amizade entre o homem e o bebê? Explique.



O professor trará um trecho do concerto de Bach para o aluno ouvir; e para haver a compreensão do capital cultural que a personagem da história apresenta. 


Produção escrita

Esta proposta remete ao estudo de denotação e conotação. Trata-se de uma produção coletiva de um poema guiada pelo professor.  
 

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